segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Avatar

Quarta-feira dia de cinema lotado!!! Ainda mais nas férias... 50% de desconto + carteira de estudante... é muito adolescente por metro quadrado. Não que eu tenha alguma coisa contra os adolescentes. Pelo contrário. Adoro sua vontade de descobrir o novo, de desbravar os conceitos pré-estabelecidos, e acima de tudo, a rebeldia. Mas defenitivamente, odeio sua falta de bom-senso. Cinema é lugar de: ver filme! Mas tudo é questão de tempo.
Começo contando assim por que eu quis ver Avatar desde que Gabi me disse: "É a sua cara!" Na verdade quis ver exatamente e somente por isso. Tenho um pouco de preguiça de filmes que eu poderia rotular aqui como pop's. Mas percebi que ela dizia uma coisa real. A curiosidade era muito grande. Mas as férias e a opção de ser dublado me impedia de ver. Imaginando que fevereiro era mês de aula já, fui ver o filme (depois de ter vencido o Globo de Ouro como melhor filme e melhor diretor e ser indicado ao Oscar nessas mesmas categorias).
A princípio fiquei um pouco desnorteada por causa da dublagem. Não que seja mal feita, mas é que eu tenho uma dificuldade de assimilar, mas, não posso deixar de comentar que o áudio é baixo. Fui sendo devagar levada a participar do filme. Não somente pela perfeição de cenas, de design gráfico, de luz, e de fotografia que é linda demais. Além da historinha de amor que faz parte... Mas sobretudo pelo roteiro.
Pandora, um planeta onde há metais e ecossistemas que não existem na Terra no ano de 2154. Tudo é quase que endeusado por botânicos ou geneticistas, já que apesar de não serem ilustrados, a impressão que se tem é que na Terra tudo teria sido destruído e existe a necessidade ($$$) de explorar Pandora para conseguir fontes de energia já agora inexistentes para um mundo do futuro. A integração do povo de Pandora com o povo da Terra é muito interessante. O "mundo virtual" de Pandora se encaixa tão perfeitamente no "mundo real" da Terra que com o rodar do filme, vira tudo a mesma coisa. Para os Na´Vi, a raça inteligente do lugar, a energia da natureza e a religião são únicas e fazem parte de todos. Os Na´vi são ligados de toda forma à divindade que cria a natureza. Vida e morte são sentidas por todos. São equilíbrios. Lembra algumas vezes as grandes sociedades extintas da Terra.
Até então, O Labirinto do Fauno era o filme que mais havia me emocionado. Minha mãe diria "conversa de doido", mas acredito sim num mundo paralelo onde acontecem coisas que não conseguimos ver, mas sentir plenamente. Penso que dentro da natureza há sim guardiões, gnomos, duendes, fadas, ou o que cada um quiser chamar. Há energias que cuidam e protegem e ainda, cobram pelo bem-estar do ambiente. Bom enfim, isso é uma coisa a parte. O que vale dizer é que o filme arrasa mesmo em tecnologia, mas tem uma riqueza de roteiro que envolve a cada cena. O fato de levar o público a pensar na Terra daqui a alguns anos e a importância da natureza para nós, e de extrema valia. Muito se fala em preservação de meio-ambiente, mas para muitos, ver isso, sentir como no caso de Avatar, aciona mais o sentidos. É interessante como a mídia, mesmo ás vezes sem querer, pode influenciar as pessoas. Antes assim.
E por falar nesse grande público que foi assistir Avatar na telona, os dados impressionam: o filme de James Cameron (Titanic) arrecadou somente em um fim de semana US$ 23,6 milhões, totalizando até o momento US$ 630 milhões nos Estados Unidos. No mundo todo, o filme já acumulou US$ 2,2 bilhões. Aqui em Terras Tupiniquins, a Fox do Brasil, apresentou o número de público e o valor de venda de ingressos até o momento. Avatar, desde o seu lançamento em dezembro de 2009, faturou no Brasil a bagatela de R$ 81 milhões e um público de 7.507.747 pessoas (dados de 09 de fevereiro). Os recordes do mundo inteiro batem o longa Titanic, do mesmo diretor, mas todavia não bate as indicações (Avatar 9 X Titanic 14). Invicto há sete semanas no ringue de líder de bilheteria. Foram quase uma década sendo criado e mais de 400 milhões de dólares consumidos entre orçamento de produção, pesquisa e desenvolvimento de tecnologia e marketing.
Avatar quer dizer: "uma manifestação corporal de um ser imortal". Segundo a religião hindu, por vezes até do Ser Supremo. Deriva do sânscrito Avatāra, que significa "descida", normalmente denotando uma encarnação de Vishna, reverenciado como divindade para os hinduístas. Posso até estar dizendo alguma bobagem para muitos religiosos. Jesus Cristo teria sido um Avatar. Aquele que vem para salvar. Mas é no Hinduísmo que a palavra tem maior significado.

"Avatar vem do sânscrito Aval, que significa "Aquele que descende de Deus", ou simplesmente "Encarnação". Qualquer espírito que ocupe um corpo de carne, representando assim uma manifestação divina na Terra. A melhor definição vem de um antigo escrito indiano, Vedas: "Avatara, ou a encarnação da Divindade, descende do reinado de Deus pela criação e manutenção da manifestação em um corpo material. E essa forma singular da Personalidade da Divindade que então se apresenta é chamada de encarnação ou Avatara. Tais Personalidades estão situadas no mundo espiritual, o reinado de Deus. Quando Eles transcendem para a criação material, Eles assumem então o nome Avatara. - Chantajar-caritativa 2.20.263 - 264.
Um acatar é uma forma encarnada de um Ser Supremo, e tais incontáveis formas divinas residem em um plano espiritual. Quando essa forma despersonalizada de Deus transcende daquela dimensão elevada para o plano material do mundo, Ele - ou Ela - é conhecido então como a encarnação ou Acatara.
Em uma concepção mais abrangente, a encarnação poderia ser descrita como o corpo de carne. Mas essa concepção seria talvez errada, conquanto tais formas divinas não se tornam reais seres de carne e osso, ou assumem corpos materiais. Uma alma comum assume corpos matérias de carne e osso, mas no caso dessa manifestação divina, Seu corpo e Sua alma transcendem a matéria e embora apareçam como impersonalizações, aquele corpo também pertence a Sua essência espiritual.
Essa palavra Avatar se tornou popular entre os meios de comunicação e informática devido às figuras que são criadas à imagem e semelhança do usuário, permitindo sua "personalização" no interior das máquinas e telas de computador.
Tal criação assemelha-se a um avatar por ser uma transcendência da imagem da pessoa, que ganha um corpo virtual, desde os anos 80, quando o nome foi usado pela primeira vez em um jogo de computador.
Avatar sempre morreu. Mas a primeira concepção de Avatar vem primariamente dos textos Hindus, que citam Krishna como o oitavo avatar - ou encarnação - de Vishnu, a quem muitos Hindus adoravam como um Deus."

Resumindo: sejamos como os Na´vi. Adoremos a Terra e tudo que há nela. Nossas divindades, o próximo e sobretudo e que somos.